Intestino Neurogênico

12/04/2015 14:30

Intestino neurogênico, eis a questão!

No decorrer dessa semana foi realizada a REATECH, Feira Internacional de Reabilitação, em São Paulo.

Fora da minha Cidade e Estado de origem, eu programara um mês antes a viagem.

Tudo certo: Estive no aeroporto duas horas antes do horário do embarque. Check-in feito. Sentei-me numa das cadeiras disponíveis de uma lanchonete. De repente, algo deu errado. Minha barriga, há muito adormecida, deu sinais vitais, donde era necessário urgentemente achar o banheiro mais próximo.

Havia tempo suficiente, até então.

Passados vinte e poucos minutos, e nada de eu me resolver sobre o imbróglio das tripas. Ministrei como pude o tempo faltante, a fim de que fosse viável seguir viagem. 

Finalmente, parti com tudo para a sala de embarque.

Malditos sejam os seguidores da rede terrorista Al-Qaeda e tudo que o valha. Por eles, a segurança se faz tão reforçada, que é impossível gastar menos de 5 minutos na revista. Especialmente em se tratando de alguém com deficiência física, cuja circunstância especial nos garante direito à inspeção numa área isolada. Quero dizer com isso, que há de contabilizar o tempo adicional entre a ida e vinda da sala que se nos reserva à investigação minuciosa antiterrorismo.

Pois bem, nessa matemática do tempo, fui penalizado com a perda do meu voo.

Tenho a cirurgia de Malone, no currículo. Para quem ainda não sabe, a informação é recomendada. Uma cirurgia que constrói um canal ligado ao intestino, na barriga do paciente, por onde é possível fazer uma irrigação intestinal utilizando uma sonda para isso. Porém, não obtive o sucesso almejado. Não me adequei, simplesmente. (não se afugente, você que estiver em vias de fazê-la; a rejeição, pelo que sei, é bem baixa).

Anos atrás, eu costumava tomar duas drágeas de laxante, semanalmente (NÃO ESTOU RECOMENDANDO). Com o tempo, o efeito esperado desses medicamentos torna-se cada vez mais dificultoso, até tender a zero praticamente. O que me fez retroceder na “cura” para intestino neurogênico.

Hoje, estou à mercê do problema, como podem perceber.

Abro aqui uma oportunidade para discutirmos o que cada um tem feito na tentativa de dirimir esse que é em minha opinião, o pior dos efeitos da Mielomeningocele.

Alimentação balanceada é o suficiente para extirpar esses contratempos em nossas vidas? Treinamento desde a infância, estabelecendo horário regular para a atividade intestinal? Remédios? Cirurgias? Enfim, já ouvi de tudo. Há algo mais? 

 

Autor: João Lucas Costa