Cateterismo Vesical - Parte II

29/03/2015 17:34

Caso você não tenha lido a primeira parte deste artigo Clique Aqui

Terminei o primeiro artigo falando quando aprendi a fazer o autocateterismo, um enfermeiro havia me ensinado e peguei o jeito logo no começo, eu passava a sonda sentado no vaso sanitário, apesar do uso da xilocaína ainda doía bastante, muitas vezes haviam sangramentos. Tive infecções urinárias constantes, tomei muitos antibióticos para diversos tipos de bactérias, até que tive uma pielonefrite, uma infecção urinária que vai para os rins, depois de mais antibióticos fortes ela foi derrotada mas deixou uma cicatriz em meu rim direito, a qual não causou nenhum problema até que aos 23 anos desenvolvi hipertensão devido à essa cicatriz.

Depois de um ano lutando contra as infecções urinárias e fazendo o autocateterismo chegou um dia que tentei passar a sonda mas ela chegava até o final da uretra e nenhuma urina saía entretanto a bexiga estava cheia, peguei outra sonda para tentar novamente e a mesma coisa ocorreu, depois de tirar e colocar algumas vezes o sangue que estava saindo aumentava cada vez mais, até que eu e meus pais decidimos ir ao pronto-socorro.

Chegando ao pronto-socorro o médico de plantão tentou fazer o cateterismo mas a urina ainda não estava saindo. Quando finalmente a urina saiu algumas horas já haviam passado, eu tinha ao meu redor duas enfermeiras, uma enfermeira-chefe, o médico de plantão e um urologista que o hospital havia chamado e meus pais.

Após o susto ter passado o urologista falou que provavelmente eu tinha desenvolvido um falso trajeto na uretra o qual era comum em pacientes que faziam o cateterismo a tanto tempo e fomos instruidos a consultar com meu urologista em porto alegre o mais rápido possivel, fomos no mesmo dia.

No dia seguinte já em Porto Alegre foi feita uma ressonância magnética a qual confirmou o diagnóstico que eu tinha tido em Criciúma, eu de fato tinha um falso trajeto na uretra, prontamente o meu urologista sugeriu que eu fizesse uma nova cirurgia a qual se chamava Mitrofanoff (Clique Aqui  e leia mais sobre a Mitrofanoff), apesar de  eu estar relutante pois a cirurgia assustava um pouco e mudaria radicalmente minha vida eu aceitei, infelizmente não haviam outras escolhas, uns dias depois eu entrei no centro cirurgico para a operação que revolucionaria minha vida.

Não esqueça de comentar abaixo com suas dúvidas e sugestões, sua opinião é muito importante para que possamos melhorar o blog.

Vitor Hugo Medeiros do Nascimento

Tem 25 anos, ensino superior incompleto em Direito. Foi portador de mielomeningocele, hidrocefalia, pés tortos congênitos, bexiga neurogênica, fez 15 cirurgias.