Alergias

09/07/2015 13:11

Diversos estudos já relataram o desenvolvimento de alergia ao látex devido ao contato freqüente com o material, principalmente em profissionais ligados à área de saúde (médicos, enfermeiros e dentistas). Hoje, a população de maior risco é o de crianças com mielomeningocele (MMC), em função de seu contato precoce com luvas, cateteres, tubos nas diversas cirurgias que realizam ao longo de seu tratamento. Apesar de estranho, muitos pesquisadores têm associado essa hipersensibilidade a frutas como pêssego, abacate e kiwi. Estudo realizado no Rio de Janeiro, interessado em investigar essa relação (látex-fruta), identificou que 46,6% (14/30) das crianças com MMC possuíam sensibilidade ao látex e 13,7% (4/29) à banana, números considerados elevados pelos pesquisadores. Ao todo, foram 33 crianças, 12 meninos e 21 meninas, de 0 a 12 anos e com baixo padrão sócio-econômico. Todas foram submetidas a pelo menos duas cirurgias, mas 10 chegaram a ser operadas mais de cinco vezes. Dentre os participantes, 12,1% relataram reações, como a urticária à borracha e 6,1% alergia alimentar, sobretudo ao inhame. A pesquisa, realizada pelo Instituto Fernandes Figueira, pertencente à Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), se baseou na análise do sangue coletado (Imunoglobina E) e em questionários aplicados aos pais e responsáveis. A maior parte do grupos estudado tinha até 10 anos, sendo um terço de 2 a 4 anos. "Observamos que essas famílias não somente desconhecem a alergia ao látex, como também ignoram que se encontram no principal grupo de risco dessa doença", afirmam os pesquisadores. Descrita pela primeira em 1927, na Alemanha, só recentemente a alergia ao látex tem sido relacionada a outras alergias, como às frutas. Segundo Carlos Loja, chefe do Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital dos Servidores do Estado-RJ, "isso ocorre porque tanto o material quanto alguns alimentos teriam proteínas em comum, o que geraria uma reação cruzada". Marta Machado e sua equipe, responsáveis pela pesquisa, associam a baixa faixa etária do grupo estudado às dificuldades de acesso aos hospitais. "As dificuldades de transporte das crianças mais velhas, incapazes de andar, sem disponibilidade de cadeiras de rodas, podem justificar essa observação", afirmam. Na opinião dos pesquisadores, essa realidade pode ter interferido no resultado do estudo, pois "quanto maior a faixa etária, maior a probabilidade de exposição e, conseqüentemente, de sensibilização". Uma alternativa que beneficiaria tanto o médico quanto o paciente, citada por Carlos Loja, seria a utilização de produtos à base de outros materiais.

No meu caso, sou alérgico apenas ao látex, começo a ter urticárias na pele sempre que entro em contato com o látex. Tudo começou em uma festa de criança quando eu tinha aproximadamente 10 anos de idade, eu estava brincando com balões e derrepende minhas mãos e barrigas começaram a coçar e ficarem vermelhas, fui ao pronto-socorro e lá fui diagnosticado com a alergia ao látex.

Hoje tenho muito cuidado quando vou ao hospital, para sempre avisar sobre a alergia, eles colocam aquela pulseira escrito que tenho alergia mas infelizmente nem sempre os enfermeiros ficam atentos à pulseira e várias vezes tenho que falar pois o enfermeiro já estava colocando a luva de látex.

Quanto a balões, evito ir em festa de crianças, quando vou tenho que ficar desviando dos balões,  já que ao menor contato as urticárias começam a aparecer.

Curiosamente, nunca tive reações alérgicas com preservativos masculinos, talvez dei sorte com alguma marca mas também existem os preservativos a base de Poliisopreno sintético e silicone (lubrificante) que não contém látex porém são um pouco dificeis de achar (pretendo em breve fazer um artigo mais específico sobre preservativos para quem tem alergia ao látex).

Fonte

Vitor Hugo Medeiros do Nascimento

Tem 25 anos, ensino superior incompleto em Direito. Foi portador de mielomeningocele, hidrocefalia, pés tortos congênitos, bexiga neurogênica, fez 15 cirurgias.